domingo, 2 de novembro de 2014

Estado de Natureza - "Guerra de todos contra todos"

Thomas Hobbes foi um matemático, teórico político e filósofo inglês do século XVII. Em sua principal obra, Leviatã, Hobbes declara a importância de um Estado Político em uma sociedade, pois para o autor o homem no Estado de Natureza, no qual não há uma forma de governo, é conhecido como o "mau selvagem". Sua crítica é diretamente ao direito da natureza, pois é um direito a tudo, sem limites e, por isso, há uma condição de incessante conflito, "uma guerra de todos contra todos", pois o homem no Estado de Natureza, tende a agir com violência, porque, neste estado, os homens não conhecem os limites para suas ações.

Para Hobbes, o homem não é um animal político por natureza, mas sim por necessidade de seus interesses particulares. Ao contrário da visão utópica e romântica de Rousseau, na qual o homem é considerado o "bom selvagem", que é uma completa e perfeita harmonia no Estado de Natureza, Hobbes alega que, apesar de que o homem seja racional e a mais perfeita criatura, ele possui suas paixões, que é resultado da influência de seus sentidos e de suas ambições, ou seja, o homem sempre vai privilegiar o seu interesse, por mais que tenha que passar por cima do outro, ele fará. Até hoje em dia, que possui um governo, nós podemos observar casos assim, então imagina em um período onde não há um governo? Hobbes afirma que "qualquer forma de governo é melhor do que a ausência de um governo. O despotismo por pior que seja, é preferível ao maior mal da anarquia, da violência civil generalizada, e do medo permanente da morte violenta". Ou seja, o homem tornou-se político, principalmente, para defender seus interesses, tais como a própria vida.

Os homens precisam sempre ter alguém para guiá-los, alguém que detenha poder para poder estabelecer uma ordem e, consequentemente, a paz. Este alguém é o Estado, denominado como Leviatã, "um homem artificial, bem mais alto e robusto que o natural, e que foi instituído para sua proteção e defesa", mas em outro artigo irei explanar sobre o Leviatã de Thomas Hobbes. E ao contrário do Estado Político, no de Natureza não temos segurança e nem a certeza de que não seremos atacados, e se formos, quem intervirá? Quem trará a justiça? Pode existir paz em um lugar onde a lei do mais forte predomina? Provavelmente foram com esses tipos de dúvidas e o cansaço da instabilidade, que os homens assinaram o contrato de sujeição, no qual se instituiu o Estado Político. Porém todos os homens devem consentir com o contrato, não podendo renunciá-lo. Hobbes afirma que o homem teme o Estado de Natureza, e é esse sentimento de temor que faz com que os homens queiram viver em sociedade, tendo um Estado capaz de harmonizar os indivíduos, é o que ele chama de "medo mútuo".

Sem dúvidas, Thomas Hobbes foi um filósofo e tanto, sempre considerando o homem da forma que ele é, e nunca da forma como ele deveria ser. Sua descrição sobre o Estado, ao comparar com um homem artificial, é fantástica! Comentarei sobre isso em breve, aguardem. Encerro este artigo retomando sobre o quão imprescindível o Estado é em uma sociedade, cujo o mesmo tem como objetivo a salus populi, a segurança de seu povo.